Juz 19

Continuação Sura 25. O Discernimento – الفرقان

21. ۞ Aqueles que não esperam o comparecimento ante Nós, dizem: Se nos fossem enviados os anjos, ou vissemos o nosso Senhor! Na verdade, eles se ensoberbeceram e excederam em muito!

22. No dia em que virem os anjos, nada haverá de alvissareiro para os pecadores, e (aqueles) lhes dirão: É uma barreira intransponível.

23. Então, Nos disporemos a aquilatar as suas ações, e as reduziremos a moléculas de pó dispersas.

24. Nesse dia, os diletos do Paraíso estarão estabelecidos, no mais digno e prazeroso lugar de repouso.

25. Será o dia em que o céu se fenderá com as nuvens, e os anjos serão enviados para baixo.

26. Nesse dia, a verdadeira soberania será a do Clemente, e será um dia terrível para os incrédulos.

27. Será o dia em que o injusto morderá as mãos e dirá: Oxalá tivesse seguido a senda do Mensageiro!

28. Ai de mim! Oxalá não tivesse tomado fulano por amigo,

29. Porque me desviou da Mensagem, depois de ela me ter chegado. Ah! Satanás mostra-se um traidor do homem!

30. E o Mensageiro dirá: Ó Senhor meu, em verdade o meu povo tem negligenciado este Alcorão!

31. Assim destinamos a cada profeta um adversário entre os pecadores; porém, basta teu Senhor por Guia e Socorredor.

32. Os incrédulos dizem: Se lhe tivesse sido revelado o Alcorão de uma só vez! (Saibam que) assim procedemos para firmar com ele o teu coração, e to revelamos em versículos, paulatinamente.

33. Sempre que te fizerem alguma refutação, comunicar-te-emos a verdade irrefutável e, dela, a melhor explanação.

34. Aqueles que forem congregados, de bruços, ante o inferno, encontrar-se-ão em pior posição, e ainda mais desencaminhados.

35. Havíamos concedido o Livro a Moisés e lhe designamos, como vizir, o seu irmão, Aarão.

36. E lhe dissemos: Ide ao povo que desmentiu os Nossos Sinais. E os destruímos completamente.

37. E afogamos o povo de Noé quando desmentiu os mensageiros, e fizemos dele um sinal para os humanos; e destinamos um doloroso castigo aos injustos.

38. E (exterminamos) os povos de Ad, de Samud, e os habitantes de Arras e, entre eles, muitas gerações.

39. A cada qual narramos parábolas e as exemplificamos, e a cada um aniquilamos por completo, devido (aos seus pecados).

40. (Os incrédulos) têm passado, frequentemente, pela cidade sobre a qual foi desencadeada a chuva nefasta. Não a têm visto, acaso? Sim; porém, não temem a ressurreição.

41. E quando te vêem, escarnecem-te, dizendo: É este que Allah enviou por Mensageiro?

42. Ele esteve a ponto de desviar-nos dos nossos deuses, e assim aconteceria, se não tivéssemos sido constantes em relação a eles! Porém, logo saberão, quando virem o castigo, mormente quem estiver mais desencaminhado!

43. Não tens reparado em quem toma por divindade os seus desejos? Ousarias advogar por ele?

44. Ou pensas que a maioria deles ouve ou compreende? Não são mais do que o gado; ou são mais irracionais ainda!

45. Não tens reparado em como o teu Senhor alonga a sombra? Se Ele quisesse, fá-la-ia estável! Entretanto, fizemos do sol o regente dela.

46. Logo a recolhemos até Nós, paulatinamente.

47. Ele foi Quem vos fez a noite por manto, o dormir por repouso, e fez o dia como ressurreição.

48. Ele é Quem envia os ventos alvissareiros, mercê da Sua misericórdia; e enviamos do firmamento água pura,

49. Para com ela reviver uma terra árida, e com ela saciar tudo quanto temos criado: animais e humanos.

50. Em verdade, distribuímo-la (a água) entre eles, para que (de Nós) recordem-se; porém, a maioria dos humanos o nega (injustamente).

51. E se quiséssemos, teríamos enviado um admoestador a cada cidade.

52. Não dês ouvidos aos incrédulos, mas combate-os severamente, com ele (o Alcorão).

53. Allah foi Quem estabeleceu as duas massas de água; uma é doce e saborosa, e a outra é excessivamente salgada, e estabeleceu entre ambas uma linha divisória e uma barreira intransponível.

54. Ele foi Quem criou os humanos da água, aproximando-os, através da linhagem e do casamento; em verdade, o teu Senhor é Onipotente.

55. Não obstante, adoram, em vez de Allah, o que não pode beneficiá-los, nem prejudicá-los, sendo que o incrédulo é partidário (de Satanás) contra o seu Senhor.

56. E não te enviamos, senão como alvissareiro e admoestador.

57. Dize-lhes: Não vos exijo, por isso, recompensa alguma, além de pedir, a quem quiser encaminhar-se até a senda do seu Senhor, que o faça.

58. E confia no Vivente, Imortal, e celebra os Seus louvores; e basta Ele como Sabedor dos pecados dos Seus servos.

59. Foi ele Quem criou, em seis dias, os céus e a terra, e tudo quanto existe entre ambos; então assumiu o Trono. O Clemente! Interroga, pois, acerca disso, algum entendido (no assunto).

60. E quando lhes é dito: Prostrai-vos ante o Clemente!, dizem: E quem é o Clemente? Temos de nos prostrar ante quem nos mandas? E isso lhes agrava a aversão.

61. Bendito seja Quem colocou constelações no firmamento e pôs, nele, uma lâmpada e uma lua refletidora.

62. E foi Ele Quem fez a noite suceder ao dia, para que O recordassem ou Lhe demonstrassem gratidão.

63. E os servos do Clemente são aqueles que andam pacificamente pela terra e, quando os ignorantes lhes falam, dizem: Paz!

64. São aqueles que passam a noite adorando o seu Senhor, quer estejam prostrados ou em pé.

65. São aqueles que dizem: Ó Senhor nosso, afasta de nós o suplício do inferno, porque o seu tormento é angustiante.

66. Que péssima estância e lugar de repouso!

67. São aqueles que, quando gastam, não se excedem nem mesquinham, colocando-se no meio-termo.

68. (Igualmente o são) aqueles que não invocam, com Allah, outra divindade, nem matam nenhum ser que Allah proibiu matar, senão legitimamente, nem fornicam; (pois sabem que) aqueles que assim procederem, receberão a sua punição:

69. No Dia da Ressurreição ser-lhes-á duplicado o castigo; então, desonrados, se eternizarão (nesse estado),

70. Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; a estes, Allah computará as más ações como boas, porque Allah é Indulgente, Misericordioso.

71. Quanto àquele que se arrepender e praticar o bem, estará convertendo-se aceitavelmente a Allah.

72. Aqueles que não perjurarem e, quando se depararem com as futilidades, delas se afastarem com honra,

73. Aqueles que, quando lhes forem recordados os versículos do seu Senhor, não os ignorarem, como se fossem surdos ou cegos,

74. E aqueles que disserem: Ó Senhor nosso, faze com que as nossas esposas e a nossa prole sejam o nosso consolo, e designa-nos líderes dos devotos,

75. Tais serão recompensados, por sua perseverança, com o lugar mais alto do Céu, onde serão recebidos com saudações e paz,

76. E onde permanecerão eternamente. Que magnífica estância e lugar de repouso!

77. Dize (àqueles que rejeitam): Meu Senhor não Se importará convosco se não O invocardes. Mas desmentistes (a verdade), e por isso haverá um (castigo) inevitável.

26. Os Poetas – الشعراء

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

1. Ta, Sin, Mim.

2. Estes são os versículos do Livro esclarecedor.

3. É possível que te mortifiques, porque não se tornam crentes.

4. Se quiséssemos, enviar-lhes-íamos, do céu, um sinal, ante o qual seus pescoços se inclinariam, em humilhação.

5. Todavia, não lhes chega nenhuma nova Mensagem (provinda) do Clemente, sem que a desdenhem.

6. Desmentem-na; porém, bem logo lhes chegarão notícias daquilo de que zombam!

7. Porventura, não têm reparado na terra, em tudo quanto nela fazemos brotar de toda a nobre espécie de casais?

8. Sabei que nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê.

9. E em verdade, o teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

10. Recorda-te de quando teu Senhor chamou Moisés e lhe disse: Vai ao povo dos injustos,

11. Ao povo do Faraó. Acaso não (Me) temerão?

12. Respondeu-Lhe: Ó Senhor meu, em verdade, temo que me desmintam.

13. Meu peito se oprime e minha língua se entrava; envia comigo Aarão (para que me secunde),

14. Pois me acusam de crime, e temo que me matem.

15. Disse (Allah): De maneira nenhuma (farão isso)! Ireis ambos, com os Nossos sinais e estaremos convosco, vigiando.

16. Ide, pois, ambos, ao Faraó e dizei-lhe: Em verdade, somos mensageiros do Senhor do Universo,

17. Para que deixes os israelitas partirem conosco.

18. (O Faraó) disse (a Moisés): Porventura, não te criamos entre nós, desde criança, e não viveste conosco muitos anos da tua vida?

19. E, apesar disso, cometeste uma ação (que bem sabes), e por assim fazeres, és um dos tantos ingratos!

20. Moisés lhe disse: Cometi-a quando ainda era um dos tantos extraviados.

21. Assim, fugi de vós, porque vos temia; porém, meu Senhor me agraciou com a prudência, e me designou como um dos mensageiros.

22. E por esse favor, o qual me exprobras, escravizaste os israelitas?

23. Perguntou-lhe o Faraó: E quem é o Senhor do Universo?

24. Respondeu-lhe: É o Senhor dos céus e da terra, e de tudo quanto há entre ambos, se queres saber.

25. O Faraó disse aos presentes: Ouvistes?

26. Moisés lhe disse: É teu Senhor e Senhor dos teus primeiros pais!

27. Disse (o Faraó): Com certeza, o vosso mensageiro é um louco.

28. (Moisés) disse: É o Senhor do Oriente e do Ocidente, e de tudo quanto existe entre ambos, caso raciocineis!

29. Disse-lhe o Faraó: Se adorares a outro Allah que não seja eu, far-te-emos prisioneiro!

30. Moisés (lhe) disse: Ainda que te apresentasse algo convincente?

31. Respondeu-lhe (o Faraó): Apresenta-o, pois, se falas a verdade.

32. Então (Moisés) arrojou o seu cajado, e eis que este se converteu em uma verdadeira serpente.

33. Logo, estendeu a mão, e eis que apareceu diáfana aos olhos dos observadores.

34. Disse (o Faraó) aos chefes presentes: Com toda a certeza este é um habilíssimo mago,

35. Que pretende expulsar-vos das vossas terras com a sua magia; o que me aconselhais, pois?

36. Responderam-lhe: Detem-no, e a seu irmão, e envia recrutadores pelas cidades.

37. Que te tragam quantos hábeis magos acharem.

38. E os magos foram convocados para um dia assinalado.

39. E foi dito ao povo: Estais reunidos,

40. Para que sigamos os magos (quanto à religião), se sairem vitoriosos?

41. E quando chegaram, os magos perguntaram ao Faraó: Poderemos contar com alguma recompensa, se sairmos vitoriosos?

42. Respondeu-lhes: Sim; ademais, sereis (colocados em postos) próximos (a mim).

43. Moisés lhes ordenou: Arrojai, pois, o que tendes a arrojar!

44. Arrojaram, portanto, as suas cordas e os seus cajados, e disseram: Pelo poder do Faraó, certamente que nós sairemos vitoriosos!

45. Então Moisés arrojou o seu cajado, e eis que (se transformou numa serpente e) engoliu tudo quanto haviam, antes, simulado.

46. Então os magos caíram prostrados.

47. E exclamaram: Cremos no Senhor do Universo,

48. Senhor de Moisés e de Aarão!

49. (O Faraó) lhes disse: Credes nele, sem que eu vos autorize? Com certeza ele é vosso líder, e vos ensinou a magia; porém, logo o sabereis! Sem dúvida, cortar-vos-ei as mãos e os pés de lados opostos, e vos crucificarei a todos!

50. Responderam: Não importa, porque retornaremos ao nosso Senhor!

51. Em verdade, esperamos que o nosso Senhor perdoe os nossos pecados, porque agora somos os primeiros crentes!

52. E inspiramos Moisés: Sai com Meus servos durante a noite, porque sereis perseguidos.

53. O Faraó enviou, entretanto, recrutadores às cidades,

54. Dizendo: Certamente, eles são um pequeno bando,

55. Que se tem rebelado contra nós.

56. E todos nós estamos precavidos!

57. Assim, Nós os privamos dos jardins e mananciais.

58. De tesouros e honrável posição.

59. Assim foi; e concedemos tudo aquilo aos israelitas.

60. E eis que (o Faraó e seu povo) os perseguiram ao nascer do sol.

61. E quando as duas legiões se avistaram, os companheiros de Moisés disseram: Na certa seremos apanhados!

62. Moisés lhes respondeu: Não! Meu Senhor está comigo e me iluminará!

63. E inspiramos a Moisés: Golpeia o mar com o teu cajado! E eis que este se dividiu em duas partes, e cada parte ficou como uma alta e firme montanha.

64. E fizemos aproximarem-se dali os outros.

65. E salvamos Moisés, juntamente com todos os que com ele estavam.

66. Então, afogamos os outros.

67. Sabei que nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê.

68. Em verdade, teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

69. E recita-lhes (ó Mensageiro) a história de Abraão,

70. Quando perguntou ao seu pai e ao seu povo: O que adorais?

71. Responderam-lhe: Adoramos os ídolos, aos quais estamos consagrados.

72. Tornou a perguntar: Acaso vos ouvem, quando os invocais?

73. Ou, por outra, podem beneficiar-vos ou prejudicar-vos?

74. Responderam-lhe: Não; porém, assim encontramos a fazendo os nossos pais.

75. Disse-lhes: Porém, reparais, acaso, no que adorais,

76. Vós e os vossos antepassados?

77. São inimigos para mim, coisa que não acontece com o Senhor do Universo;

78. Que me criou e me ilumina;

79. Que me dá de comer e de beber;

80. Que, se eu adoecer, me curará.

81. Que me dará a morte e então me ressuscitará.

82. E que, espero, perdoará as minhas faltas, no Dia do Juízo.

83. Ó Senhor meu, concede-me prudência e junta-me aos virtuosos!

84. Concede-me boa reputação na posteridade.

85. Conta-me entre os herdeiros do Jardim do Prazer.

86. Perdoa meu pai, porque foi um dos extraviados.

87. E não me desonres, no dia em que (os homens) forem ressuscitados.

88. Dia em que de nada valerão bens ou filhos,

89. Salvo para quem comparecer ante Allah com um coração sincero.

90. E o Paraíso se aproximará dos devotos.

91. E o inferno será descoberto para os ímpios.

92. Então lhes será dito: Onde estão os que adoráveis,

93. Em vez de Allah? Poderão, acaso, socorrer-vos ou socorrem-se a si mesmos?

94. E serão arrojados nele, juntamente com os sedutores,

95. E com todos os exércitos de Lúcifer,

96. Quando, então, dirão, enquanto disputam entre si:

97. Por Allah, estávamos em um evidente erro,

98. Quando vos igualávamos ao Senhor do Universo.

99. E os nossos sedutores eram apenas aqueles que estavam afundados em pecados.

100. E não temos intercessor algum,

101. Nem amigo íntimo.

102. Ah, se pudéssemos voltar atrás!, seríamos dos crentes!

103. Sabei que nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê.

104. E em verdade, teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

105. O povo de Noé rejeitou os mensageiros.

106. Quando o irmão deles, Noé, lhes disse: Não temeis (a Allah)?

107. Em verdade sou para vós um mensageiro digno de toda confiança.

108. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me!

109. Não vos exijo, por isso, recompensa alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.

110. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me!

111. Perguntaram-lhe: Como havemos de crer em ti, uma vez que só te segue a plebe?

112. Respondeu-lhes: E que sei eu daquilo que fazem?

113. Em verdade, o cômputo deles só incumbe ao meu Senhor, se o compreendeis.

114. Jamais rechaçarei os crentes,

115. Porque não sou mais do que um elucidativo admoestador.

116. Disseram-lhe: Se não desistires, ó Noé, contar-te-ás entre os apedrejados.

117. Exclamou: Ó Senhor meu, certamente meu povo me desmente.

118. Julga-nos equitativamente e salva-me, juntamente com os crentes que estão comigo!

119. E o salvamos, juntamente com os que, com ele, apinhavam a arca.

120. Depois, afogamos os demais.

121. Sabei que nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê.

122. E em verdade, teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

123. O povo de Ad rejeitou os mensageiros.

124. Quando seu irmão, Hud, lhes disse: Não temeis a Allah?

125. Sabei que sou, para vós, um mensageiro digno de toda confiança.

126. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me!

127. Não vos exijo, por isso, recompensa alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.

128. Erguestes um marco em cada colina para vos divertirdes?

129. E construístes inexpugnáveis fortalezas como que para eternizar-vos?

130. E quando vos esforçais, será que o fazeis como tiranos?

131. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me!

132. E temei a Quem vos concedeu tudo o que sabeis.

133. Concedeu-vos gado e filhos,

134. De jardins e mananciais.

135. Em verdade, temo por vós o castigo do Dia Terrível.

136. Responderam-lhe: Bem pouco se nos dá que nos exortes ou que não estejas entre os (nossos) exortadores,

137. Porque isto não é mais do que fábulas dos primitivos,

138. E jamais seremos castigados!

139. E o desmentiram. Por conseguinte, exterminamo-los. Sabei que nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê.

140. E, em verdade, teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

141. O povo de Samud rejeitou os mensageiros.

142. Quando seu irmão, Sáleh, lhes disse: Não temeis (a Allah)?

143. Em verdade, sou para vós um mensageiro digno de toda confiança.

144. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me!

145. Não vos exijo, por isso, recompensa alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.

146. Sereis, acaso, deixados em segurança com o que tendes aqui,

147. Entre jardins e mananciais?

148. E semeaduras e tamareiras, cujos ramos estão prestes a quebrar (com o peso dos frutos)?

149. E entalhais habilmente casas (de pedras) nas montanhas.

150. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me!

151. E não obedeçais às ordens dos transgressores,

152. Que fazem corrupção na terra e não edificam!

153. Disseram-lhe: Certamente és um louco!

154. Tu não és mais do que um mortal como nós. Apresenta-nos algum sinal, se falas a verdade.

155. Respondeu-lhes: Eis aqui uma fêmea de camelo que tem direito à água, assim como vós tendes o vosso direito, num dia determinado.

156. Não lhe causeis dano, porque vos açoitará o castigo do Dia Terrível.

157. Porém a esquartejaram, se bem que logo se arrependeram.

158. E o castigo os açoitou. Sabei que nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê.

159. Em verdade, teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

160. O povo de Lot rejeitou os mensageiros.

161. Quando o seu irmão, Lot, lhes disse: Não temeis (a Allah)?

162. Sabei que sou, para vós, um mensageiro digno de toda confiança.

163. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me!

164. Não vos exijo, por isso, recompensa alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.

165. Dentre as criaturas, achais de vos acercar dos machos,

166. Deixando de lado o que vosso Senhor criou para vós, para serem vossas esposas? Em verdade, sois um povo depravado!

167. Disseram-lhe: Se não desistires, ó Lot, contar-te-ás entre os desterrados!

168. Asseverou-lhes: Sabei que me indigna a vossa ação!

169. Ó Senhor meu, livra-me, juntamente com a minha família, de tudo quanto praticam!

170. E o livramos, com toda a sua família,

171. Exceto uma anciã, que foi deixada para trás.

172. Então, destruímos os demais,

173. E desencadeamos sobre eles uma chuva (de enxofre); e que péssima foi essa chuva para os admoestados!

174. Sabei que nisto há um sinal; porém a maioria deles não crê.

175. E em verdade, teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

176. Os habitantes da floresta rejeitaram os mensageiros,

177. Quando Xu’aib lhes disse: Não temeis a Allah?

178. Sabei que sou, para vós, um mensageiro digno de toda confiança.

179. Temei, pois, a Allah, e obedecei-me.

180. Não vos exijo, por isso, recompensa alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.

181. Sede leais na medida, e não sejais dos fraudulentos.

182. E pesai com a balança justa,

183. E não diminuais os bens das pessoas, e não pratiqueis devassidão na terra, com a intenção de corrompê-la.

184. E temei Quem vos criou, assim como criou as primeiras gerações.

185. Disseram-lhe: Certamente és um louco!

186. Não és senão um mortal como nós, e pensamos que és um dos tantos mentirosos.

187. Faze, pois, com que caia sobre nós um fragmento do firmamento, se falas a verdade!

188. (Xuaib) lhes disse: Meu Senhor sabe melhor do que ninguém tudo quanto fazeis.

189. Porém o negaram: por isso os açoitou o castigo do dia da Nuvem Tenebrosa; em verdade, foi o castigo do Dia Funesto.

190. Sabei que nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê.

191. E em verdade, teu Senhor é o Poderoso, o Misericordiosíssimo.

192. Certamente (este Alcorão), é uma revelação do Senhor do Universo.

193. Com ele desceu o Espírito Fiel,

194. Para o teu coração, para que sejas um dos admoestadores,

195. Em elucidativa língua árabe.

196. E, em verdade, (isto) está mencionado nos Livros sagrados dos antigos.

197. Não é um sinal para eles o fato de que os doutos entre os israelitas o reconheçam?

198. E se o houvéssemos revelado a algum dos não árabes,

199. E ele lhes houvesse recitado a eles, nele não teriam acreditado.

200. Assim, o infundimos nos corações dos pecadores;

201. Porém, não crerão nele, até que vejam o doloroso castigo,

202. Que os açoitará subitamente, sem que disso se apercebam.

203. Então dirão: Porventura, não seremos tolerados?

204. Pretendem, acaso, apressar o Nosso castigo?

205. Vês, então? Se os houvéssemos agraciado durante anos,

206. E os açoitasse aquilo que lhes foi prometido,

207. De nada lhes valeria o que tanto os deleitou!

208. Não obstante, jamais destruímos cidade alguma, sem que antes tivéssemos enviado admoestadores,

209. Como uma advertência, porque nunca fomos injusto.

210. E não foram os malignos que o (Alcorão) trouxeram.

211. Porque isso não lhes compete, nem poderiam fazê-lo.

212. Posto que lhes está vedado ouvi-lo.

213. Não invoques, portanto, juntamente com Allah, outra divindade, porque te contarás entre os castigados.

214. E admoesta os teus parentes mais próximos.

215. E abaixa as tuas asas para aqueles que te seguirem, dentre os crentes.

216. Porém, se te desobedecerem, dize-lhes: Na verdade, estou livre (da responsabilidade) de tudo quanto fazeis!

217. E confia no Poderoso, o Misericordiosíssimo,

218. Que te vê quando te ergues (para orar),

219. Assim como vê os teus movimentos entre os prostrados.

220. Porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.

221. Quereis que vos inteire sobre quem descerão os demônios?

222. Descerão sobre todos os farsantes e pecadores.

223. Que dão ouvidos às vanidades e são, na sua maioria, mentirosos.

224. E aos poetas que seguem os insensatos.

225. Não tens reparado em como se movimentam por todos os vales?

226. E em que dizem o que não fazem?

227. Com exceção dos crentes que praticam o bem, mencionam incessantemente Allah, e somente se defendem quando são atacados injustamente. Logo saberão os injustos das vicissitudes que os esperam!

27. As Formigas – النمل

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

1. Tah, Sin. Estes são os versículos do Alcorão, o Livro esclarecedor,

2. Orientação e boas-novas para os crentes,

3. Que observam a oração, pagam o zakat e estão persuadidos da Outra Vida.

4. Em verdade, àqueles que não crêem na Outra Vida, abrilhantaremos as suas ações, e eis que se extraviarão.

5. Estes são os que sofrerão o pior castigo e, na Outra Vida, serão os mais desventurados.

6. Em verdade, ser-te-á concedido o Alcorão, da parte do Prudente, Sapientíssimo.

7. Recorda-te de quando Moisés disse à sua família: Avistei fogo; trar-vos-ei notícias dele, ou trar-vos-ei umas brasas, para acenderdes uma fogueira que vos aquecerá.

8. Mas quando chegou a ele, ouviu uma voz: Bendito seja Quem está dentro do fogo e nas suas circunvizinhanças, e glória a Allah, Senhor do Universo!

9. Ó Moisés, Eu sou Allah, o Poderoso, o Prudentíssimo.

10. Arroja o teu cajado! E ao fazer isso, viu-o agitar-se, como se fosse uma serpente; voltou-se em fuga, sem olhar para trás. (Foi-lhe dito): Ó Moisés! Não temas, porque os mensageiros não devem temer a Minha presença.

11. Mas se alguém, tendo-se condenado, logo se arrepende, trocando o mal pelo bem, (saiba que) sou Indulgente, Misericordiosíssimo.

12. E introduza a tua mão em teu manto, e daí a retirarás sem defeito; (este será) um dos nove sinais perante o Faraó e seu povo, porque são depravados.

13. Porém, quando lhes chegaram os Nossos evidentes sinais, disseram: Isto é pura magia!

14. E os negaram, por iniquidade e arrogância, não obstante estarem deles convencidos. Repara, pois, qual foi o destino dos corruptores.

15. Havíamos concedido a sabedoria a David e a Salomão, os quais disseram: Louvado seja Allah Que nos preferiu a muitos dentre Seus servos crentes!

16. E Salomão foi herdeiro de David, e disse: Ó humanos, tem-nos sido ensinada a linguagem dos pássaros e tem-nos sido proporcionado um pouco de todas as coisas. Em verdade, esta é a graça manifesta (de Allah).

17. E foram congregados ante Salomão, com os seus exércitos de gênios, de homens e de aves, em formação e hierarquia.

18. (Marcharam) até que chegaram ao vale profundo das formigas. Uma das formigas disse: Ó formigas, entrai na vossa habitação, senão Salomão e seus exércitos esmagar-vos-ão com seus pés, sem que disso se apercebam.

19. (Salomão) sorriu das palavras dela, e disse: Ó Senhor meu, inspira-me, para eu Te agradecer a mercê com que me agraciaste, a mim e aos meus pais, e para que pratique o bem que Te compraz, e admite-me na Tua misericórdia, juntamente com os Teus servos virtuosos.

20. E pôs-se a vistoriar os bandos de pássaros e disse: Por que não vejo a poupa? Estará, acaso, entre os ausentes?

21. Juro que a castigarei severamente ou a matarei, a menos que me apresente uma razão evidente da ausência.

22. Porém, ela não tardou muito em chegar, e disse: Tenho estado em locais que tu ignoras; trago-te, de Sabá, uma notícia segura.

23. Encontrei uma mulher, que governa (o povo), provida de tudo, e possuindo um magnífico trono.

24. Encontrei-a, e ao seu povo, a se prostrarem diante do sol, em vez de Allah, porque Satã lhes abrilhantou as ações e os desviou da senda; e por isso não se encaminham.

25. De sorte que não se prostram diante de Allah, Que descobre o obscuro nos céus e na terra, e conhece tanto o que ocultais como o que manifestais.

26. Allah! Não há mais divindade além d’Ele! Senhor do Trono Supremo!

27. Disse-lhe (Salomão): Já veremos se dizes a verdade ou se és mentirosa.

28. Vai com esta carta e deixa-a com eles; retrai-te em seguida, e espera a resposta.

29. (Quando a ave assim procedeu) ela (a rainha) disse: Ó chefes, foi-me entregue uma carta respeitável.

30. É de Salomão (e diz assim): Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

31. Não sejais arrogantes; outrossim, vinde a mim, submissos!

32. Disse mais: Ó chefes, aconselhai-me neste problema, posto que nada decidirei sem a vossa aprovação.

33. Responderam: Somos poderosos e temíveis; não obstante, o assunto te incumbe; considera, pois, o que hás de ordenar-nos.

34. Disse ela: Quando os reis invadem uma cidade, devastam-na e desonram os seus nobres habitantes; e assim farão.

35. Porém, eu lhe enviarei presentes, e esperarei, para ver com que (resposta) voltarão os emissários.

36. Mas quando a comitiva se apresentou ante Salomão, este lhe disse: Queres proporcionar-me riquezas? Sabe que aquelas que Allah me concedeu são preferíveis às que vos concedeu! Qual, sois vós que vos regozijais de vossos presentes!

37. Retorna aos teus! Em verdade, atacá-los-emos com exércitos que não poderão enfrentar, e os expulsaremos, desonrados e humilhados, de suas terras.

38. Disse (dirigindo-se aos seus): Ó chefes, quem de vós trará o trono dela, antes que venham a mim, submissos?

39. Um travesso, dentre os gênios, lhe disse: Eu to trarei antes que te tenhas levantado do teu assento, porque sou poderoso e fiel ao meu compromisso.

40. Disse aquele que possuía o conhecimento do Livro: Eu to trarei em menos tempo que um abrir e fechar de olhos! E quando (Salomão) viu o trono ante ele, disse: Isto provém da graça de meu Senhor, para verificar se sou grato ou ingrato. Pois quem agradece, certamente o faz em benefício próprio; e saiba, o mal-agradecido, que meu Senhor não necessita de agradecimentos, e é Generoso.

41. Disse: Transformai (em outra coisa) o trono dela, e assim veremos se ela está iluminada ou se está inscrita entre os desencaminhados.

42. E quando (a rainha) chegou, foi-lhe perguntado: O teu trono é assim? Ela respondeu: Parece que é o mesmo! E eis que recebemos a ciência antes daquilo, e nos submetemos (à vontade divina).

43. Desviou-a o que ela adorava, em vez de Allah, porque era de um povo incrédulo.

44. Foi-lhe dito: Entra no palácio! E quando o viu, pensou que no piso houvesse água; e, (recolhendo a saia) descobriu as pernas; (Salomão) lhe disse: É um palácio revestido de cristal. Ela disse: Ó Senhor meu, em verdade fui injusta; agora me consagro, com Salomão, a Allah, Senhor do Universo!

45. Havíamos enviado ao povo de Samud o seu irmão, Saléh, que disse aos seus membros: Adorai a Allah! Porém, eis que se dividiram em dois grupos, que disputavam entre si.

46. Perguntou-lhes (Sáleh): Ó povo meu, por que apressais o mal em vez do bem? Se implorardes o perdão de Allah, talvez recebereis misericórdia.

47. Responderam-lhe: Temos um mau augúrio acerca de ti e de quem está contigo. Disse-lhes: Vosso mau augúrio está em poder de Allah; porém, sois um povo que está à prova.

48. E havia, na cidade, nove indivíduos, que causavam desordem na terra, e não queriam se retratar.

49. Eles disseram: Jurai por Allah! Nós o surpreenderemos, a ele e à sua família durante a noite, matando-os; então, diremos ao seu herdeiro: Não presenciamos o assassinato de sua família, e somos verazes (nisso).

50. E conspiraram e planejaram; porém, Nós também planejamos, sem que eles o suspeitassem.

51. Repara, pois, qual foi a sorte da sua conspiração! Exterminamo-los, juntamente com todo o seu povo!

52. E eis as suas casas assoladas, por causa da sua iniquidade. Em verdade, nisto há um sinal para os sensatos.

53. E salvamos os crentes benevolentes.

54. E recorda-te de Lot, quando disse a seu povo: Cometeis a obscenidade com convicção?

55. Acercar-vos-eis, em vossa luxúria, dos homens, em vez das mulheres? Qual! Sois um povo de insensatos!

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